Angélica Shigihara[1]
Eliane Bruél[2]
Elisa Tesseler[3]
A Associação de Arteterapia
do Estado do Rio Grande do Sul (AATERGS) vem, desde sua formação em 2003,
preocupando-se em construir espaços para a troca de experiências entre
arteterapeutas do RS e outros profissionais de áreas afins. Durante a primeira
reunião do ano de 2007, a
diretoria e os/as sócios/as da AATERGS presentes sentiram a necessidade de
compartilhar experiências e conhecimentos, bem com divulgar a Arteterapia no
Estado. Para tanto, de forma pioneira, convidou-se os/as sócios/as para juntos
criarem o primeiro Ciclo de Arteterapia de Porto Alegre. Estes poderiam
apresentar projetos de workshops e palestras com temáticas que atingissem não
só profissionais da área, mas também outras pessoas interessadas em conhecer
esta abordagem terapêutica. Desde 2007 houve diversos encontros em Porto Alegre
e no interior do estado, proporcionando oportunidades de intercambio em
diversos locais, ateliers e cidades.
Resumo: Este texto
refere-se à apresentação de uma proposta de Ciclos de Arteterapia promovidos
pela AATERGS a partir de 2007, que foram desenvolvidos, sistematicamente, a fim
de compartilhar experiências entre pessoas interessadas na área bem como divulgar
seu trabalho.
Acreditamos que vivenciar as mais diferentes
formas de expressão artística ajuda-nos a elaborar e organizar questões
existenciais e conteúdos emocionais, para tanto os workshops de caráter
terapêutico propostos visam estimular e ampliar a consciência e estabelecer a
possibilidade de novas relações através do exercício criativo.
Palavras-chaves: Arteterapia; Compartilhar
experiências; Conhecimentos e intercâmbio.
Arteterapia: Além das abordagens e Olhares... um crescimento
Abstract:. this text refers to the presentation of a proposal
for Art Therapy courses promoted by AATERGS from 2007, which were developed
systematically in order to exchange experiences between people interested in
the area and disseminate the work. We believe that experience the most
different forms of artistic expression helps us prepare and organize the
existential questions and emotional content, for both workshops proposed aim to
stimulate therapeutic character and broaden awareness and establish the
possibility of new relations between individuals.
Keywords: Art therapy;
Share experiences; Knowledge and Exchange.
Arteterapia: Más allá de las abordajes y modos de ver...
un crecimiento
Resumen: En este texto presentamos la propuesta de Ciclos de Arteterapia promovidos
por la AATERGS a partir de 2007, que fueran desarrollados, sistemáticamente, con
la finalidad de intercambiar experiencias entre personas interesadas en el área
, así como divulgar sus trabajos. Creemos que experimentar las diferentes
formas de expresión artística nos ayuda a elaborar y organizar cuestionamientos
existenciales y contenidos emocionales, estos talleres de carácter terapéutico
propuestos visan estimular y ampliar la consciencia, estableciendo la
posibilidad de nuevas relaciones a través del ejercicio creativo.
Palabras clave: Arteterapia.
Compartir experiencias. Conocimientos. Intercambio.
Histórico
da AATERGS:
A AATERGS- Associação de Arteterapia de Rio Grande do Sul
entidade da sociedade civil, sem fins lucrativos, foi oficialmente
legalizada 21 do mês de Julho do ano de 2003.
Surgiu por iniciativa de um grupo de
arteterapeutas para representar aos profissionais de RS, a partir do Primeiro Fórum
Nacional de Arteterapia realizado em Ouro Preto em 2002, incluindo-se profissionais de
diversas instituições do estado. Tem como
finalidade a de congregar arteterapeutas, instituições de Arteterapia bem como
pessoas físicas e jurídicas interessadas na área da Arteterapia,
representando-os em nível estadual, federal, nacional e internacional a fim de
estabelecer intercâmbio de conhecimento, experiências, coordenando seus
esforços, estudos e ações.
Com sócios vindos dos mais diversos grupos
de formação e cidades do RS desenvolve um trabalho de divulgação da profissão e
do trabalho de seus associados, através de Seminários, meios de comunicação,
palestras e intervenções.
Junto com a Secretaria de Saúde desenvolveu
em 2005, seminário junto com o Museu de imagens do Inconsciente incluindo a
arteterapia na formação dos residentes na saúde mental.
Colaborando no Congresso Brasileiro de
Arteterapia desde seus inícios, assim como através de representantes no
Conselho Diretor da UBAAT – União
Brasileira de Associações de Arteterapia – onde participa desde antes de sua
Fundação, realizando ação conjunta para o reconhecimento da arteterapia no
Estado, no Brasil e internacionalmente, colaborando em ações que objetivam
divulgar e valorizar o trabalho da área.
Desde sua fundação a Associação de Arteterapia de Rio Grande do Sul participou com
representantes:
Em :
-
comissões científicas do 6º, 7º, 8 º e 9º Congressos de Arteterapia e com trabalhos
apresentados,
-
Ciclo de estudos,
- Semanas Acadêmicas,
-
Feira de Pais Profissionais,
-
Fóruns de Arteterapia
Através do boletim informativo divulga o
trabalho de seus associados e de eventos relacionados com a área e afins.
Trabalhou
com afinco na organização do VIII congresso Brasileiro de Arteterapia a
realizado em Canela-RS. Como resultado do trabalho cultivado ao longo da
história da Associação que sempre se mostrou transparente, conseqüente e
estável, tentando o diálogo aberto entre todas as abordagens e arteterapeutas
que a ela se dirigiam. Por isto mantém o perfil de acolher e estimular o
trabalho ciente de cada um dos arteterapeutas, divulgando os trabalhos, por
meio de trabalhos apresentados em congressos e pela valorização dos mesmos, nos
encontros e divulgação de seus espaços e trabalhos, apoiando pesquisas e
mantendo se firme enquanto aos seus objetivos estatutários.
A AATERGS vem construindo espaços para o
intercambio e troca de experiências entre arteterapeutas do estado. .
No 2007 iniciou o 1º CICLO DE WORKHOPS E PALESTRAS com encontros teóricos e
práticos de arteterapia,
buscando a troca de conhecimentos e aprimoramento de todos os participantes num clima de diálogo e
troca amorosa
Ciclo de Workshops e
Palestras da AATERGS:
Objetivos:
- Promover encontros entre arteterapeutas,
estudantes, profissionais da área da psicologia, sociologia, assistência
social, artes, saúde, educação a fim de estabelecer o intercambio de
conhecimentos.
- Estimular novas parcerias e o crescimento
pessoal e profissional de todos/as os participantes.
- Construir e fortalecer um espaço de
discussão e transformação intra e inter-pessoal através de atividades práticas
e teóricas das diferentes abordagens.
- Oferecer vivências arteterapêuticas, a fim
de ampliar o autoconhecimento e a auto-expressão.
Conteúdos
trabalhados:
Dentre os temas mais
discutidos e relevantes abordados, durante estes ciclos, foram o
desenvolvimento e reconhecimento da capacidade criadora de cada um, o reforço
da identidade pessoal e profissional nessa nova área do conhecimento, pesquisa,
saúde e educação.
Metodologia:
A comissão
organizadora formada por membros da diretoria, Angélica Shigihara e Eliane
Bruél, convidavam os sócios para se inscreverem e realizarem um workshop ou
palestra que estivessem relacionados com a Arteterapia, obedecendo determinados
critérios, tais como: objetivos, metodologia, desenvolvimento e bibliografia.
Esta comissão contou com a colaboração de Maria Helena Piccinini e Grazziela
Tomassi no apoio administrativo, e atualmente: Elisa Tesseler tem sido uma
entusiasta colaboradora.
Foram
apresentados os seguintes workshops desde 2007:
- O mito de Penélope: configuração de um
desejo - Elisa Tesseler.
- Resgatando a curadora: expressando o ser em
sua plenitude - Márcia Azambuja Castro.
- Expressar a vida em Arteterapia através do
processo sutil da respiração consciente - Maria Tereza Petrini.
- Mitologia, psicologia e Arteterapia:
parceria enriquecedora - Laura Barros de Souza.
- O acidente de percurso. Como lidar em
situações de conflitos e imprevistos - Kira Burro.
- Novos caminhos após uma ruptura. Lidando com
a culpa - Maria Helena Piccinini e Grazziela Tomassi.
- Trabalhar a auto-estima utilizando a técnica
do origami - Eliane Barreto e Magda Cunha.
- Energia vital e corpo em equilíbrio em
Arteterapia - Bárbara Gehrke Rohde e Vanessa Melgare.
- Fechar e abrir, culminar e iniciar
movimentos de ciclos encadeados e renovados - Angélica Shigihara.
- Criatividade e ressignificação pela Arte -
Angélica Shigihara.
- Mandalas Junguianas e a natureza. (1º
encontro) - Bárbara Gehrke Rohde e Laura Barros de Souza
- Mandalas Junguianas e a natureza. (2º
encontro) - Bárbara Gehrke Rohde e Laura Barros de Souza
- Arteterapia e o universo masculino -
Eliane Barreto.
- A beleza no universo feminino - Gislaine
Canosa.
- A poesia como recurso arteterapêutico -
Marilice Costi.
- Construindo um novo
mundo – Gislaine Canosa.
- O processo criativo, seu novo olhar e
comportamento social perante o grupo - Kia Burro.
- Tecendo emoções. Arteterapia e tecelagem-
Margret Spohr.
- O poder do animal, a
força inconsciente e ancestral manifestado no simbólico - Kira
Burro
- Arte dos arteterapeutas – Org.
AGAPE/Pelotas Daniela Meine.
-
Criar na Arteterapia: tempo para si - Angélica Shigihara.
-
Co-criar: Um tempo para compartilhar - Angélica Shigihara.
-
Criarmos: Tempo para construir juntos - Angélica Shigihara.
Descrição
de algumas das propostas:
Oficina:
O mito de Penélope: configuração de um
desejo – Elisa Tesseler
Ao refletirmos sobre o mito de Penélope e o seu fazer criativo (tecer e
destecer uma colcha) percebemos por um lado a mulher passiva diante do destino
e da sua condição de vida imposta pela sociedade e, por outro lado, uma mulher
provida de um instrumento de poder como o tear, com o qual pode construir e
desconstruir seus objetos de desejo, respeitando seu tempo de amadurecimento.
Na tecelagem, “o símbolo do fio é, essencialmente, o agente que liga todos os
estados da existência entre si, e ao seu princípio”. Para que a ligação se
faça, é necessário, no entanto, um fazer passo a passo, construindo-se uma
trama que se origina do movimento e do ritmo do vaivém da lançadeira sobre o
bastidor.
Cabe
à mulher em seu “fazer-em-se-fazendo” criativo, com seus
fios, o sutil domínio dos mundos (consciente e inconsciente), uma vez que a
tensão dos fios prevê o equilíbrio. O movimento destes na urdidura é o
discurso da causa e do efeito, da interdependência na vida.
O
conto da escritora Marina Colasanti A moça tecelã retoma o mito de Penélope
“quentes lãs iam tecendo hora a hora um longo tapete que nunca acabava... tecer
era tudo que fazia. Tecer era tudo o que queria fazer” (Colasanti,
1999, p.9-10). Seu tear mágico constrói
e reconstrói a realidade conforme seu desejo. Ao sentir-se só, pensou em casar,
teceu um homem, uma nova casa para os dois, entre outras coisas necessárias à
sua nova situação, ao novo tempo. E quando o casamento não mais correspondia a
seus anseios, ao anoitecer, enquanto o marido dormia, sentou-se ao tear e o desfez, bem como a casa que tecera para os dois.
A
mulher que reconhece seu potencial criativo adquire o poder de fazer e refazer,
gerando vidas, formas e desenvolvendo sua capacidade de formatar novas
perspectivas e possibilidades. Para tanto, é necessário dispor-se a tais
empreendimentos: o de perceber-se a si mesma como um ser único e político,
capaz de participar ativamente e criativamente de sua própria vida. Apoderar-se de seu tear, questionar, dar forma às suas
sensações, percepções, conceitos, tornando-os visíveis e concretos em suas
criações; o quê constrói sua subjetividade.
Objetivo:
Identificar
e dar forma a um desejo do passado que não condiz mais com a realidade atual,
desconstruindo-o e tecendo, em uma nova forma expressiva, artística e
simbólica, um novo desejo a realizar-se, através da exploração criativa de
recursos expressivos: tecelagem e literatura.
Método:
1 -
Exercícios corporais e de respiração que estimulassem a consciência de si, do
outro e do espaço, usando recursos musicais.
2 -
Contação do conto: A Moça Tecelã, de Marina Colasanti às participantes, então
deitadas em um colchonete.
3 -
Após ouvirem a estória e saírem deste momento de sensibilização, as pessoas
foram convidadas a usarem os materiais expressivos (linhas, lãs, telas de
bordar, agulhas, fitas coloridas, tesouras, etc.) para tecerem a representação
simbólica de algo que não lhes servia mais.
4 -
Logo após, em duplas, trocaram experiências.
5 -
Novamente, no centro da roda, desfizeram parte ou o todo do que construíram e
(re) criaram no mesmo suporte e com os mesmos materiais a configuração de um
novo desejo.
6 -
Apresentação e comentário no grande grupo do processo vivido.
Considerações
Finais
Ao
lermos ou ouvirmos uma estória ou poema, podemos nos perguntar o quê tais
textos têm para nos dizer. A literatura nos comunica algo subjetivo e
provoca-nos um diálogo com a nossa imaginação. À medida que deixamos que os
elementos e “o clima” das histórias penetrem em nós, entramos em seu ritmo, seu
compasso e respiramos com a palavra. E ao nos deixarmos conduzir por sua trama,
seu enredo, tomamos para nós seu espaço simbólico; onírico, da fantasia, do
subjetivo, do metafórico, o que nos ajuda em nosso processo de individuação.
As
relações que daí se estabelecem possibilitam ações criativas, com cores, linhas
e formas em um plano significativo de ressonâncias.
Oficina nº 7 – 2007 - Fechar e abrir, culminar e iniciar movimentos de ciclos encadeados e
renovados: Angélica Shigihara.
No final de cada ano,
há uma agitação provocada por eventos e compromissos sociais e laborais que
aumentam o nível de stress. É nesta época que se faz necessário criar um
momento especial, onde haja um encontro consigo mesmo, analisando-se metas
atingidas e por atingir. E se permitir prever a visão de um novo ciclo com
expectativas internas e externas, próprias e/ou coletivas.
Objetivos:
Reservar um tempo e um espaço para refletir e
elaborar a passagem do ano por meio de propostas criativas e recursos
expressivos, trabalhando materialmente as dificuldades e os progressos já
atingidos; oportunizar o crescimento pela tomada de consciência das etapas
vivenciadas, estimulando a redescoberta das fontes de energia, alimentando os
subsídios internos de cada participante.
Descobrir imagens, cores, formas que emergem das
emoções, a partir de um momento de relaxamento e reflexão sobre o momento
específico do final de ano e propiciar situações voltadas para ampliação da
auto-estima.
Metodologia:
1 - Relaxamento/sensibilização
2 - Reflexão sobre o convite para esta proposta,
sobre os encontros anteriores do Ciclo, as expectativas do ano e os objetivos
propostos para um novo momento.
3 - Visualização de aspectos que nos chamam a
atenção em formas, idéias e símbolos e destacá-los, usando pranchas de celulose
branca e percebendo ainda como nossos sentimentos vêm à tona.
4 - Experimento e observação das possibilidades e
limites do manuseio destes materiais.
5 - Uso da criatividade e de elementos da arte
(areias coloridas, brilhos, cola, tesoura, papel celulose) propondo uma colagem
e/ou montagem da construção de objetos que surgem a partir da sensibilização e
contato com o material.
Considerações Finais:
Num
convite aberto para o público em geral, participaram arteterapeutas formadas,
outras em formação e pessoas sensibilizadas pela temática proposta e que
entraram em contato pela primeira vez com a Arteterapia. Todas, mulheres,
participaram abertamente sem inibição, num clima de respeito e envolvidas no
fazer e na escuta. Os materiais oferecidos, diferentes ou inéditos promoveram
surpresa e inquietude. Foram criados ninhos, caixas e recipientes fechados e
abertos. Alguns com elementos dentro, outros vazios e todos provavelmente
plenos de conteúdos emocionais. Pode-se observar, através da fala das
participantes, que houve um resgate e renovação de energias para um novo ciclo.
Oficina
nº 6 – 2008 - A
poesia como recurso arteterapeutico: Marilice Costi.
Na atividade proposta, utilizou-se a técnica da Caviardage (LAMAS; HINTZ,
1997 apud DUCHESNE,
A. & LEGUAY. 1990) que consiste no
processo (in) consciente de escolha de alguns vocábulos existentes num texto
dado. Este processo gera desconstrução e reconstrução uma vez que o
participante risca, remove, tira do campo de visão, todas as palavras que não
possuem significado a ele e num segundo momento constrói um novo texto com as
palavras restantes.
Objetivos:
Compreender um processo singular de escrita poética, exercitar limpeza
textual e compreender-se no processo.
Método:
1 - Respiração profunda
para estabelecer desconexões com o momento anterior ao momento da oficina.
2 - Leitura do
texto Uma folha em branco.
3 - Apresentação
com uma cartela onde são colocados: o nome do participante ao centro e nos
demais cantos, itens que tenham a ver com ambientes tais como: meu ambiente
preferido, elemento preferido no ambiente, sentimento em relação ao ambiente,
algo que diz de si próprio. Elementos que podem ser estabelecidos de outra
forma funcionam
como uma introdução ao tema.
4 - Leitura de
frases de Rilke (1966) e Costi (2004) sobre o processo de escrita.
Entrega do texto Gente para uma leitura em voz alta.
Solicitação de exclusão
de frases, vocábulos, sílabas, letras ou outros sinais de pontuação - o
critério é individual foi utilizando-se caneta hidrocor de cor escura, removendo-as de seu campo visual.
Reescrever um texto
próprio através das partes, palavras, letras, sílabas, pontuações não
rasuradas, sem qualquer acréscimo ou alteração.
Leitura de cada um
dos textos produzidos.
Opinião dos
participantes e o encerramento da atividade pela arteterapeuta ministrante da
oficina.
Considerações
Finais
O ato de leitura de um texto desconhecido tem relação com ver, absorver,
compreender, apreender, articular idéias pré-existentes e formar novas
conexões. Remover excessos é retirar o que não serve: as palavras
desnecessárias. Fazer a “faxina” é desconfortável para qualquer escritor, mas
fundamental para qualificar um texto.
A escrita mobiliza processos inconscientes, justificando então a sua
importância para a Arteterapia. Exercitar a limpeza textual, o ato de refazer e
depois a compreensão do
próprio processo de escrita desenvolvem potenciais adormecidos, ampliam o
autoconhecimento e a compreensão sobre si mesmo.
O processo
arteterapêutico consiste na possibilidade de se reconhecer na própria escrita e
assim, ordenar o próprio pensamento. Uma oficina de escrita arteterapêutica não
exige jamais técnica associada a estética, porém os participantes poderão
buscar clareza e estética no seu texto, exigindo de si o quanto puderem.
A linguagem é
facilitadora da comunicação; a escrita é visual, é concreta, provoca catarse e
a partir daí poderão advir outros insighs.
A mensagem, depositada na folha, aguarda sempre um reconhecimento ou um momento para partilhar.
Quem escreve, reconhecerá muito de si em sua escritura, por isto pode ocorrer
maior autoconhecimento. Através da escrita também se estabelece a questão da
comunicação consigo mesmo no ato de escrever ,assim como a comunicação com o
outro, no momento de ler.
Resultados do Ciclo:
Nos
Ciclos de Arteterapia (2007/2010), houve participantes de todas as áreas
propiciando o constante incentivo ao diálogo. Participaram diversos profissionais
e interessados na arteterapia, possibilitando discussões importantes e a troca
efetiva de idéias. Além disso o estabelecimento de novas parcerias e o aumento
de números de sócios/as e simpatizantes atingiu uma das propostas da AATERGS.
A
partir deste projeto, a Arteterapia vem sendo consolidada no estado do Rio
Grande do Sul e dentre os temas mais discutidos e relevantes estão questões
éticas, práticas e teóricas, a identidade profissional e seu campo de
abrangência.
Registro fotográfico: na publicação dos seguintes momentos:
- O mito de Penélope: configuração de um
desejo - Elisa Tesseler.
| ||
- Resgatando a curadora: expressando o ser
em sua plenitude - Márcia Azambuja Castro.
| ||
- Expressar
a vida em Arteterapia através do processo sutil da respiração consciente
- Maria Tereza Petrini.
| ||
- Mitologia, psicologia e Arteterapia:
parceria enriquecedora - Laura Barros de Souza.
| ||
- O acidente de percurso. Como lidar em
situações de conflitos e imprevistos - Kira Burro.
| ||
- Novos caminhos após uma ruptura. Lidando
com a culpa - Maria Helena Piccinini e Grazziela Tomassi.
| ||
- Trabalhar a auto-estima utilizando a
técnica do origami - Eliane Barreto e Magda Cunha.
| ||
- Energia vital e corpo em equilíbrio em
Arteterapia - Bárbara Gehrke Rohde e Vanessa Melgare.
| ||
- Fechar e abrir, culminar e iniciar
movimentos de ciclos encadeados e renovados - Angélica Shigihara
| ||
- Criatividade e ressignificação pela Arte -
Angélica Shigihara.
| ||
- Mandalas Junguianas e a natureza. Bárbara
Gehrke Rohde e Laura Barros de Souza
| ||
- Arteterapia e o universo masculino -
Eliane Barreto.
| ||
- A beleza no universo feminino -
Gislaine Canosa.
| ||
- A poesia como recurso arteterapêutico -
Marilice Costi.
| ||
- Construindo um novo mundo – Gislaine
Canosa.
| ||
- O processo criativo, seu novo olhar e
comportamento social perante o grupo - Kia Burro.
| ||
- Tecendo emoções. Arteterapia e tecelagem-
Margret Spohr.
| ||
-
O poder do animal, a força inconsciente e ancestral manifestado no
simbólico - Kira Burro
| ||
- Arte dos arteterapeutas – Org. Daniela
Meine.
| ||
- Criar na Arteterapia: tempo para si - Angélica Shigihara.
| ||
- Co-criar: Um tempo para compartilhar - Angélica
Shigihara.
| ||
- Criarmos: Tempo para construir juntos - Angélica
Shigihara.
| ||
Referências
ALENCAR, E. M. L. S. Como
desenvolver o potencial criador. Rio de Janeiro: Vozes, 2002.
CHOMSKY,
N. Linguagem e mente. Brasília: UNB,
1998.
CIORNAI, S. Percursos em Arteterapia,
vol.1, 3. São Paulo: Summus 2004.
COSTI,
M. Sala de aula, arquitetura, corpo e
aprendizagem. Porto Alegre: Textual, nov. 2005. p.14-21.
COSTI,
M. Oficinas de Poesia: a palavra como
recurso arteterapêutico. Monografia do Curso de Especialização em Arteterapia.
ISEPE, Faculdade Marechal Cândido Rondon, 2004.
COLASANTI, M. Doze Reis e a Moça
no Labirinto do Vento. Rio de Janeiro: Global, 2000.
DUCHESNE, A. & LEGUAY, T. La petite fabrique de littérature. Paris: MAGNARD, 1990.
GARDNER, H. Mentes que criam. Porto Alegre: Artes Médicas, 1996.
LAMAS,
B. S; HINTZ, M. M. Oficina de criação
literária: um olhar de viés. Porto Alegre: EDIPUCRS, 1997.
MAY,
R. A coragem de criar. São Paulo:
Nova Fronteira, 1982, 2 e.
RILKE,
R. M. Cartas a um jovem poeta. Porto
Alegre: Globo, 1966. 6 e.
VERÍSSIMO,
L. F. Gente. Porto Alegre: ZERO HORA.
Porto Alegre, 6 nov. 1994.
Uma folha em branco. <http://www.sprgs.org.br> em 07/10/2005
[1] Arteterapeuta, artista plástica, professora de desenho e
educadora infantil. Fez curso de Capacitação em Educação Especial: área das
altas habilidades na UFRGS e Especialização em Arteterapia. Mestranda
em Docência Universitária pela UTN-Buenos Aires. Realiza
projetos nas áreas das Artes, Cultura, Arteterapia e Educação com professores,
terapeutas, crianças, adolescentes, adultos e idosos, no desenvolvimento do
talento e criatividade em diversas áreas e instituições. Coordena o curso de
formação em Arteterapia no INFAPA-POA, onde é supervisora e professora.
Presidente da AATERGS. Membro do Conselho Diretor da UBAAT. Membro do Conselho
Brasileiro para Superdotação/ Altas Habilidades-ConBraSD e da Federação
Ibero-Americana do World Council for Gifted and Talented Children-Ficomundyt.
Secretária e Membro do Conselho técnico da AGAAHSD.Tem experiência como
educadora, formadora e arteterapeuta com adultos, adolescentes, crianças,
estudantes de graduação e profissionais no desenvolvimento da criatividade,
altas habilidades, expressão, sensibilização e relações interpessoais. Foi
consultora da UNESCO para o MEC, na Unidade do Aluno do NAAHS-RS. www.arteterapiacreatividad.blogspot.com
[2] Eliane Bruél:
graduada em Artes Plásticas pela ESASC (Escola Superior de Artes Santa Cecília)
em 1991 e pós-graduada em Arte-educação pela UNIVALE (Universidade do Vale do
Jacuí) em 1992, em Cachoeira do Sul/Rs, neste período atuou no grupo de teatro
Verso Explicito. Artista há mais de vinte anos, usa como recurso
expressivo desenhos, instalações, assemblage, vídeos e
performances em cidades do interior do RS, Porto Alegre, Vitória, Buenos
Aires, Chile, Malásia, Canadá e Madrid. Especialista em Arteterapia pelo
INFAPA/ 2005, desde quando tem evidenciado sua presença ativa em vários
Congressos, Seminários e Workshops. Trabalha com diferentes públicos e
idades e em diferentes contextos. Durante dois anos atuou como Arteterapeuta do
CAPS AD do Hospital Conceição. Desde 2007 faz parte no Espaço Arte Ciência do
grupo de estudos sobre vida e obra de C.G.Jung o que lhe possibilita ampliar
seus conhecimentos e dar ênfase ao Método da Imaginação Ativa em sua
abordagem. www.macromicroarte.blogspot.com.br;
www.espacoarteciencia.com.br
[3] Elisa Averbuh
Tesseler: Arteterapeuta pelo INFAPA-2002. Pós-graduação em Poéticas Visuais
Ensino de artes, FEEVALE /RS. Pós-graduação em Literatura Infanto-juvenil
Fapa/RS. Professora de Língua portuguesa e Literatura na SMED/POA há 22anos.
Coordenação e criação Atelier de Arteterapia do Residencial de
idosos Lar Mauricio Seligman por 8 anos. Desenvolve, em parceria com os
serviços de orientação da escola, projeto inovador na Rede de Ensino
Fundamental de Porto Alegre, junto a EMEF Prof. Anísio Teixeira, atuando como
arteterapeuta com as crianças que apresentam dificuldades de aprendizagem e
relacionamento, com possibilidades de atendimento individualizado. Participa em
congressos e seminários, encontros universitários e de Formação para
professores e estagiários junto a SMED/POA e em diferentes localidades,
propondo o estimulo ao desenvolvimento da criatividade como fonte de
autoconhecimento e crescimento interpessoal. Desenvolve há mais de 10 anos
pesquisa teórica, plástica e poética sobre questões essenciais do feminino, procurando
relacionar a Literatura com o Fazer artístico tanto nas oficinas
arteterapêuticas que desenvolve como na criação de
significativos objetos artísticos e adornos como design de jóias. www.elisa-tesseler.blogspot.com
Publicado na Revista Científica de Arteterapia Cores da Vida. ISSN: 1809-2934 Ano 5 - Volume 8 - Número 8 - Janeiro – Junho - 2009. Disponível em: http://www.brasilcentralArteterapia.org - Associação Brasil Central de Arteterapia -